13 anos da Lei Maria da Penha: saiba se você está em um relacionamento abusivo

De Redação | 7 de agosto de 2019 | 00:00

A Lei Maria da Penha, que completa 13 anos nesta quarta-feira (7), tornou a punição para agressões contra mulheres mais rigorosa em casos de violência doméstica e familiar. O nome da lei faz uma homenagem a Maria da Penha Maia, que foi agredida pelo marido e sofreu um atentado com arma de fogo em 1983, ficando paraplégica. O homem ainda tentou matá-la por afogamento e eletrocussão.

Para prevenir que casos como este se repitam, as mulheres podem ficar atentas à alguns sinais de que o relacionamento está sendo abusivo. A intenção é evitar situações mais graves, que podem terminar em feminicídio, quando a mulher é assassinada pela discriminação de gênero.

De acordo com a psicóloga Bianca Bortolini Ferreira do Amaral, terapeuta de casais há 17 anos e autora do livro “Equilíbrio Emocional”, os parceiros abusivos adotam comportamentos de controle, mentira e jogos psicológicos.

Veja 15 sinais de um relacionamento abusivo e saiba como procurar ajuda:

1 – Afastamento

Afastamento de familiares e amigos é muito comum. O medo aqui é que você acabe desabafando e contando o que acontece na intimidade do casal. A intenção é que todos imaginem que a vida de vocês é perfeita.

2 – Falta de controle ou traição financeira

Ele (a) não te conta o quanto ganha, não te ajuda ou não quer que você compre nada. Nem com o teu dinheiro nem com o dele(a). Quer aumentar a poupança sozinho(a) e te deixar sem nada para ter controle total. Ou então não quer que você fique mais bonita (o) e boicota sua autoestima. O mesmo vale para peso. Fala de forma sarcástica que você não precisa emagrecer ou que está "linda(o)" acima do peso.

3 – Abuso e violência sexual

Ele (a) te obriga a manter relações sexuais contra sua vontade. Vale lembrar que isso mesmo no casamento é considerado estupro. Aqui também se encaixa pressão por parte dele (a) para realizar práticas sexuais que você não gosta.

4 – Monitoramento constante

Quer saber onde você vai, com quem, porque, como vai vestida (o). Sempre desconfiado (a).

5 – Diminuição da sua autoestima

Nada do que você faz é bom ou suficiente para ele (a). Adora comparar você com as outras pessoas e te menosprezar.

6 – Violência física

Ele (a) te empurra, bate, segura com força. Vale lembrar que este não é o único tipo de violência. A Lei Maria da Penha tipifica outros quatro: psicológica, sexual, patrimonial e moral.

7 – Ameaças

Você é ameaçada constantemente. É importante lembrar que ameaças são inadmissíveis e que o respeito é a base para qualquer relação.

8 – Humilhações e constrangimentos públicos

Não cabem piadas em um relacionamento, quanto mais em público. Qualquer comentário dentro de um relacionamento deve ser feito em particular.

9 – Falta de diálogo

Você não sabe o que o parceiro faz, onde vai. Mas ele (a) está no controle total da sua vida e das suas ações.

10 – Sarcasmo e grosseria

Pouco se fala dentro de casa. Quando ele (a) fala é em forma de deboche ou com grosseria.

11 – Paquera outras mulheres/homens

Age de forma provocativa com pessoas do sexo oposto. Seduz, joga charme explicitamente. Te deixa constrangida (o) e, por vezes, a outra pessoa também.

12 – Te chama de louca (o)

Costuma justificar as ações contraditórias dizendo que “tudo é coisa da sua cabeça” e que “você tem mania de perseguição”.     

13 – Tenta mudar as suas escolhas

Manda que mude seus hábitos. Coisas que você já fazia durante todo o relacionamento, tentando te ajustar a ele (ela).  

14 – Ele (a) diz “eu te amo, mas…”

A culpa é sempre sua. A grosseria dele, o empurrão que ele deu, o ciúmes excessivo que ele tem. Ele te ama, mas é você que “provoca” estas situações.

15 – Ele (ela) ameaça se suicidar se você o (a) deixar.

A ameaça de suicido é uma forma de controlar e culpar você com relação à separação e possível morte.

O que fazer quando você percebe estar num relacionamento abusivo?

Procure um serviço de acolhimento antes mesmo do registro da ocorrência policial, abertura de inquérito e ação na justiça especializada. Isso faz com que a mulher se sinta mais segura para dar os passos seguintes.

A mulher poderá procurar atendimento psicológico especializado ou ainda buscar ajuda na Casa da Mulher Brasileira, nos Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), nas administrações regionais da Prefeitura e nas unidades de saúde e hospitais de referência de Curitiba.

Em caso de violência, ligue:

Casa da Mulher Brasileira: 3221-2710

Disque denúncia: 180

Polícia Militar: 190

Patrulha Maria da Penha: 153 – para quem tem medidas protetivas.

Central de atendimento da Prefeitura: 156

Colaboração Prefeitura de Curitiba

(Foto: Ilustração/ Pixabay)