Saúde orienta a não suspensão imediata das aulas no Paraná

De Scheila Pessoa | 16 de março de 2020 | 08:49
(Foto: Daniel Castellano/SMCS)

As Secretarias Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) e de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) participaram, no domingo (15), da reunião com as universidades realizada na reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para discutir a suspensão das aulas. No encontro, as duas secretarias orientaram pela não suspensão imediata.

A SMS e a Sesa participaram apenas da primeira etapa da reunião, com o intuito de fornecer as informações e orientações do ponto de vista da saúde pública às instituições. Na segunda parte da reunião, de discussão e tomada de decisão, apenas reitores e demais representantes das universidades participaram, respeitando a autonomia universitária.

Tanto a SMS, como a Sesa, defenderam que, considerando a situação epidemiológica atual de Curitiba e do Paraná, em que há apenas casos importados e não há evidências de transmissão sustentada do novo coronavírus, não está recomendada a suspensão das aulas neste momento.  As instituições de saúde, porém, ressaltaram que a recomendação pode ser alterada a qualquer momento, a depender da evolução da epidemia no estado e no município. De acordo com a SMS e Sesa, a suspensão das aulas será recomendada quando houver evidências de transmissão comunitária.

As secretarias, por outro lado, fizeram outras importantes recomendações e reforço de algumas medidas. Uma das orientações diz respeito ao afastamento imediato de todos os servidores, funcionários e alunos, com mais de 60 anos, e/ou com co-morbidades (diabetes, hipertensão, doenças pulmonares), considerados como parte do grupo de risco da nova epidemia. Além disso, foi pedido o reforço da comunicação com a comunidade acadêmica sobre o isolamento voluntário de todos que voltarem de viagem ao exterior: sendo sete dias para aqueles que não têm sintomas e quatorze dias para aqueles com febre e sintomas respiratórios (tosse, coriza, dor de garganta, dificuldade para respirar).

A SMS solicitou a intensificação de medidas de higiene e a suspensão de eventos e atividades com aglomerações superiores a 500 pessoas. A secretária municipal da saúde, Márcia Huçulak, também ponderou sobre a preparação para a etapa seguinte, de suspensão das aulas, quando houver necessidade de ser realizada.

“As medidas tomadas pelas universidades terão repercussão para toda a sociedade. Precisamos tomar a decisão com base no conhecimento científicos e nas evidências. Não podemos apenas transferir o problema de local. Não adianta suspendermos aulas, e os estudantes irem para shopping, bares, festas e outros locais de aglomeração”, afirmou a secretária.

“Precisamos de um plano de atividades para eles, para que entendam que a suspensão não é sinônimo de férias”, disse Márcia. A secretária pediu auxílio às universidades, em relação aos acadêmicos da área de saúde no enfrentamento da epidemia.

“Nossas decisões trazem um impacto para a sociedade. Transferir o problema de local, sem um plano, não é uma boa estratégia”, avaliou o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.

Participaram da reunião ainda, a superintendente executiva da SMS, Beatriz Nadas; a superintendente de Gestão da SMS, Flávia Quadros; a médica infectologista da SMS, Marion Burger; o diretor-geral da Sesa, Nelson Werner Júnior; a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Acácia Nasr; a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde, Maria Goretti Lopes; e os reitores das UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca; PUC-PR, Waldomiro Gremski; Universidade Positivo, José Pio Martins; UTFPR, Luiz Alberto Pilatti; e representantes da Unicesumar, UniBrasil, Tuiuti e Uni Dom Bosco.

Colaboração Prefeitura de Curitiba