Curitiba registra menor taxa de mortalidade infantil da história

De Scheila Pessoa | 7 de março de 2020 | 11:27
(Foto: Cesar Brustolin/SMCS)

O avanço nas políticas de saúde fez Curitiba registrar a menor taxa de mortalidade infantil, de toda a sua história, em 2019: 6,5 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos. O recorde foi apontado nos dados da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, divulgados na sexta-feira (6), no mês de aniversário de Curitiba, durante o evento anual da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida.

A redução da taxa chega a 25,3%, considerando o período desde 2016, último ano da gestão anterior, quando a mortalidade infantil estava em 8,7 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos.

Estimativas da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba mostram, ainda que, a diminuição da taxa de mortalidade, no período compreendido entre 2016 e 2019, implicou numa redução de 93 óbitos de crianças até 1 ano, no total.

De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, os resultados são frutos de um trabalho consistente. “Esses resultados não foram alcançados ao acaso, por sorte. Viemos trabalhando diuturnamente para diminuir a mortalidade infantil em Curitiba, desde o primeiro dia que assumimos”, afirmou.

Em 2017 e 2018, a taxa foi de 8,3 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos.

Rede Mãe Curitibana Vale a Vida

Uma das principais ações implementadas durante esta gestão foi a reestruturação da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida. Na atual gestão, a Rede teve protocolos atualizados, reforço do acompanhamento pré-natal e da vinculação da gestante ao local do parto.

Com as mudanças, a Rede teve, ainda, várias outras melhorias, como inclusão de nova estratificação de risco das gestantes, atualização de medicamentos, ampliação de exames e realização de pré-natal odontológico.

Na parte de atualização de medicamentos, houve ampliação de suplementos vitamínicos e antibióticos disponibilizados às gestantes. Houve, ainda, a inclusão de exames no protocolo, como teste de hepatite C, TSH, que avalia o funcionamento da tireóide, e Streptococcus agalactiae, que aponta a possibilidade de infecção bacteriana.

Outra grande novidade foi a inclusão do pré-natal odontológico para as gestantes, o que ajuda a evitar prematuridade dos bebês, e o estímulo e apoio à participação do pai no pré-natal, estimulando os vínculos.

Além disso, agora as gestantes são classificadas em alto, médio e risco habitual. Até então, a classificação era apenas alto e habitual. Essa mudança ajuda a melhorar a linha de cuidado, para que cada gestante tenha o atendimento mais preciso ao caso dela.

Outra ferramenta que impacta na redução da taxa de mortalidade infantil é o Comitê de Análise de Óbitos Infantis Evitáveis, criado em 1987, que apura as mortes, evita subnotificações dos casos e colabora para orientar o município quanto à forma de atingir melhores indicadores.

Capitais

Os dados mais recentes e consolidados do Datasus, do Ministério da Saúde, são de 2018. Naquele ano, com 8,3 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos, Curitiba mantinha a taxa de mortalidade infantil mais baixa entre as capitais com mais de 1 milhão de habitantes. Só Florianópolis, com 7,7, tinha um índice inferior. A média nacional era de 12,2. A taxa é calculada conforme o número de óbitos até um ano de idade.

Países

Não há dados recentes da taxa de mortalidade infantil por países. Mas para efeitos de comparação, a taxa de 2019 em Curitiba está no patamar de países como Chile, Uruguai e Estados Unidos, que gira em torno de 6 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos, considerando estimativas destes países para 2018, que é a mais atual. O levantamento é da UN Inter-agency Group for Child Mortality, grupo composto pela Unicef, Organização Mundial da Saúde, Banco Mundial e Nações Unidas.

Colaboração Prefeitura de Curitiba