Estimativa aponta que Paraná pode produzir 42 milhões de toneladas de grãos

De Barbara Schiontek | 26 de março de 2021 | 18:45
Safra da soja - Foto: Gilson Abreu/AEN

De acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a safra de grãos 2020/2021 do Paraná poderá somar 42 milhões de toneladas, volume 3% superior ao ciclo passado. A área total, de 10,2 milhões de hectares, é 2% maior.

O relatório mensal, divulgado nesta quinta-feira (25), inclui a primeira estimativa da safra de inverno, cuja produção deve ser de 4,5 milhões de toneladas em 1,4 milhão de hectares. Do total, 3,8 milhões de toneladas correspondem à cultura do trigo, volume 21% maior do que na safra passada.

Soja

A colheita de soja no Paraná avançou significativamente neste mês de março e atingiu 75% da área. A cultura sofreu impacto da estiagem no início do plantio e, mais tarde, das chuvas excessivas. No mesmo período do ano passado, o Estado tinha 85% da área colhida.

Com a reavaliação, realizada pelos técnicos do Deral, estima-se que a produção seja de 20,1 milhões de toneladas. “De modo geral, esta safra ainda é considerada boa. O volume está dentro da média esperada para o Paraná, sendo 3% inferior ao produzido na safra 19/20”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido. 

O preço da saca de 60 kg ficou próximo de R$ 153, nesta semana. No mesmo período do ano passado, os produtores recebiam, em média, R$ 70 pelo produto. A ocorrência de doenças em algumas lavouras e o reajuste no preço dos insumos, com a alta do dólar, geraram aumento nos custos de produção. Por outro lado, o câmbio favoreceu as exportações. Já o índice de comercialização segue um padrão semelhante ao da safra 2019/20, de 53% neste período.

Milho

Nesta semana, a colheita do milho da primeira safra evoluiu para 74% da área de 363 mil hectares. Espera-se a produção de 3 milhões de toneladas, volume 14% inferior ao do ciclo 19/2020.

O plantio da segunda safra atingiu 88%. O volume produzido deve ser de 13,4 milhões de toneladas, 12% maior do que o do ciclo 19/20. A estimativa para a área é de 2,4 milhões de hectares, um recorde para o Estado, com crescimento de 3% em relação à safra anterior.

Feijão

Com área de 152 mil hectares, semelhante ao do ciclo passado, o Paraná produziu 255,4 mil toneladas de feijão na primeira safra. O recuo foi de 19% em relação à safra anterior e se deve à estiagem que impactou as lavouras no ano passado e às chuvas em excesso, em janeiro deste ano. A comercialização atingiu 87% nesta semana.

Trigo

A projeção inicial do Deral para a cultura do trigo indica produção de 3,8 milhões de toneladas em condições climáticas ideais, volume 21% maior do que na safra 19/20, em uma área de 1,14 milhão de hectares, 2% superior. As áreas do Sul do estado são o destaque, com incremento de 10%, ganhando espaço especialmente sobre cultivos de aveia. No Oeste, também espera-se incremento de 10%, em substituição ao milho de segunda safra.

Arroz

No Brasil, a produção de arroz nesta safra deve atender ao consumo interno, próximo de 11 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Cerca de 70% do volume é produzido no Rio Grande do Sul. No Paraná, de acordo com o Deral, a área está estimada em 18 mil hectares para arroz irrigado e 2,6 mil hectares de arroz de sequeiro, que tem produtividade de cerca de 1.900 kg/hectare. A área é semelhante à da safra passada. 

No entanto, a produção dos dois tipos de arroz deve ser, respectivamente, 2% e 3% menor

Mandioca

O Paraná deve produzir 3,4 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 146 mil hectares. Esses índices representam redução de 3% e 2% com relação à safra anterior, respectivamente.

Parte das indústrias de fécula já retomaram a produção. “Espera-se que os preços melhorem nos próximos meses”, diz o economista do Deral. A tonelada do produto foi comercializada por aproximadamente R$ 405, nesta semana. A saca de 25 kg de fécula é comercializada por R$ 65. 

Cevada

As primeiras estimativas para a produção de cevada no Paraná apontam para 303,6 mil toneladas, volume que supera em 12% o resultado da safra passada.  A área esperada é de 66 mil hectares, 3% superior à da safra 19/20.

Café

No Paraná, o Deral estima a produção de 52,3 mil toneladas de café, 9% a menos do que na safra passada. Atualmente, os preços cobrem os custos de produção, que são de aproximadamente R$ 564. Nesta semana, a saca de 60 kg de café é comercializada, em média, por R$ 654. No ano passado, o valor médio recebido era próximo de R$ 470, mas os custos de produção se aproximavam dos R$ 500. 

Segundo o economista Paulo Franzini, do Deral, essa recuperação atual é extremamente necessária para os produtores, que estavam desestimulados com a cultura, o que explica a redução da área. “Cerca de 50% desse custo corresponde à mão-de-obra. Por isso, os produtores paranaenses estão buscando a mecanização”, explica.

De acordo com ele, a confirmação do volume de produção depende dos índices de chuva no mês de abril, quando parte do café paranaense começa a florescer.

Colaboração AEN