Girls Rock Camp: colônia de férias ensina música e reforça empoderamento feminino

De Daniela Borsuk | 27 de janeiro de 2020 | 18:57
(Foto: Divulgação)

Começou hoje (27) e vai até sábado (1º), mais uma edição do Girls Rock Camp Curitiba. A colônia de férias recebe 60 meninas de 7 a 17 anos, que passam a semana aprendendo sobre música durante as oficinas com instrumentos previamente escolhidos. Para encerrar as atividades, as campistas apresentam as bandas que formaram em um showcase no Basement Cultural.

Criado há 17 anos na cidade de Portland (Oregon, EUA), o Girls Rock Camp busca amplificar as vozes criativas de meninas e mulheres, gerando mudanças sociais importantes. Em sua terceira edição na cidade de Curitiba, o camp oferece uma semana de atividades que visam ajudar as garotas a construírem seu amor próprio por meio de uma programação que inclui educação musical e performance, palestras sobre empoderamento e justiça social, modelos positivos de conduta e desenvolvimento de habilidades de colaboração e liderança.

Sem fins lucrativos, o evento é realizado de maneira totalmente voluntária, reunindo cerca de 70 mulheres das mais variadas áreas de atuação. O valor das inscrições é utilizado integralmente na construção do camp, sendo aplicado na logística e alimentação de campistas e voluntárias, por exemplo. Além disso, todos os anos, o Girls Rock Camp Curitiba oferece bolsa para parte das inscrições, ampliando assim o impacto social do evento. No camp desse ano, 20 campistas foram contempladas com bolsa integral. As oficinas acontecem no Labcom, o laboratório de comunicação social da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Voluntárias

De acordo com Roberta Cibin, baixista e coordenadora do Girls Rock Camp Curitiba, a experiência do camp é impactante tanto para as campistas quanto para as voluntárias.  “Todos os anos a gente vê o quanto esse suporte, esse movimento de mulheres fazendo por mulheres, é importante também para as voluntárias. É um período lindo de renovação para todas nós”, comentou.

Não é surpreendente, portanto, que as vagas para voluntárias sejam preenchidas praticamente com a mesma rapidez que as de campistas, conforme relata Marlisi Rauth, coordenadora do Girls Rock Camp Curitiba e responsável pelas voluntárias. “Foram cerca de 150 inscritas já nos primeiros dias do período de inscrições. A seleção é um momento complexo para a coordenação, buscamos sempre renovar o grupo, dando oportunidade às mulheres que ainda não passaram pelo camp, mas também procurando um equilíbrio com voluntárias experientes e claro, observando a necessidade de conhecimento musical específico no caso das oficinas de instrumento e voz”, declarou.

Além disso, segundo Marlisi, a seleção de voluntárias busca também, alcançar um grupo diverso e multicultural, permitindo que as meninas possam observar os mais variados tipos de mulheres e assim, criar identificação e auto aceitação. Em sua primeira experiência como voluntária, a pesquisadora e tradutora Emanuela Siqueira conta que a decisão de se inscrever veio quando assistiu à apresentação das bandas no camp de 2019. “Desde a adolescência eu tinha desejo de ter banda e achava que eu não levava jeito para nada e foi muito louco ver as bandas formadinhas e elas tocando depois de apenas uma semana tendo contato com os instrumentos e até mesmo entre si. Eu assisti o show e pensei em como isso é eficiente”, relatou.

Emanuela diz ainda, que além desse desejo de incentivar as meninas a montarem suas bandas, como pesquisadora, também vê o Girls Rock Camp como um exemplo do feminismo atuando com efetividade, gerando transformação social por meio da música.

O showcase de encerramento começa às 16h, com vendas na entrada por R$ 5. O Basement Cultural está localizado na Rua Desembargador Benvindo Valente, no bairro São Francisco.

Colaboração Assessoria de Imprensa