Guia definitivo contra a dengue: saiba como ajudar a combater a doença

De Daniela Borsuk | 18 de fevereiro de 2020 | 19:12
(Foto: Reprodução Fotos Públicas)

Ao ouvir falar sobre dengue, muita gente ainda acha que é uma doença distante. Engano! O vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti pode estar mais próximo do que você imagina. Como por exemplo, dentro da sua casa. Mas não há motivo para pânico. Com a ajuda de todos, é possível combater a doença.

Mas vamos começar do início. Você sabe o que é a dengue?

O que é a dengue?

A dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus da Família Flaviviridae. Os arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, neste caso, pelo mosquito Aedes aegypti. Assim como existem vários tipos de vírus da gripe, a dengue é dividida em quatro tipos: sorotipos 1,2, 3 e 4. Conforme o Ministério da Saúde, cada pessoa pode ter cada um dos sorotipos da doença, mas apenas uma vez na vida.

Transmissão pelo mosquito

Como o transmissor do vírus é o mosquito, o trabalho para amenizar o número de pessoas infectadas se dá com o combate à proliferação do inseto. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir o vírus, também através da picada, para outras pessoas. Além disso também é possível contrair a doença por transfusão sanguínea.

Não há transmissão da dengue da mãe para o feto, mas a doença pode causar aborto espontâneo ou ao nascimento prematuro. A gestante, por estar mais vulnerável, pode desenvolver um quadro mais grave da dengue.

Em casos de crianças e idosos, principalmente com mais de 65 anos, o vírus pode causar complicações em doenças pré-existentes. A dengue não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de pessoa para pessoa.

Sintomas

Em alguns casos, a doença pode não manifestar sintomas e, em outros, a infecção se agrava e pode levar à morte. É preciso ficar atento desde a primeira manifestação do vírus, que é a febre alta de 39° a 40°. A febre aparece de repente e pode durar de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça.

Outros sintomas, ainda conforme o Ministério da Saúde são: dores no corpo e nas articulações; fraqueza; dor atrás dos olhos; erupções, coceira e manchas vermelhas na pele; perda de peso; e náuseas e vômitos.

A forma grave da doença, a chamada Dengue Hemorrágica, inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. A dengue tem tratamento e precisa de acompanhamento médico imediato para aliviar os sintomas.

(Foto: Divulgação)

Diagnóstico gratuito

O diagnóstico da doença, ou a confirmação de que o paciente está com o vírus, é feito através de exames de laboratório. Todos os exames estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde, de graça. Quando diagnóstica, o caso é notificado ao Ministério da Saúde em até 24 horas.

No Paraná, a Secretaria da Saúde do Estado do Paraná também faz o controle da doença e divulga o balanço de como está a situação da doença no estado.

Tratamento da doença

Assim como o diagnóstico, o tratamento da dengue também pode ser feito pelo SUS gratuitamente. Na maioria dos casos, o corpo do paciente consegue reagir e ter cura espontânea depois de 10 dias. O tratamento é para aliviar as dores e sintomas causados pela infecção, que precisam de acompanhamento para que não se tornem casos mais graves.

A principal complicação é o choque hemorrágico. Nestas situações, a pessoa perde cerca de um litro de sangue, que faz com que o coração perca a capacidade de bombear sangue para todo o corpo. Isso pode levar a problemas sérios em vários órgãos.

Para outros sintomas mais brandos, a orientação – além da consulta médica para verificar a necessidade de medicação – é para que o paciente fique em repouso e tome bastante água para manter o corpo hidratado. É muito importante que a pessoa nunca use nenhum remédio por conta própria se estiver com suspeita da doença.

Mas como você pode ajudar?

Agora que você já conhece bem como a dengue é transmitida, o diagnóstico e o tratamento, você deve estar se perguntando como ajudar a evitar que o vírus se espalhe e deixe outras pessoas doentes. É simples!

A melhor forma para evitar mais casos de dengue, é pelo combate ao mosquito Aedes aegypti. Os mosquitos se proliferam – ou seja, colocam ovos – em locais com água parada. Depois de um tempo, as larvas nascem e precisam deste ambiente para seu crescimento.

Em situações favoráveis, como a temperatura mais alta do verão e as chuvas mais intensas (que garantem a água parada e a eclosão mais rápida dos ovos), o desenvolvimento da larva até a forma adulta pode levar apenas 10 dias.

(Foto: Fiocruz)

Por isso, é preciso que os moradores fiquem atentos e eliminem os possíveis criadouros do mosquito pelo menos uma vez por semana, interrompendo o ciclo de vida do inseto.

Conforme o Instituto Oswaldo Cruz, os principais criadouros do mosquito são grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis, vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, poço de elevador, entre outros.

Combatendo a dengue

Para combater a dengue, é preciso que toda a população esteja unida em evitar a proliferação do mosquito. Pequenas ações do dia a dia, em casa, são essenciais para manter a segurança e saúde dos moradores.

A Secretaria da Saúde do Paraná orienta para que eliminar locais onde o mosquito nasce e se desenvolve e recipientes que tenham água parada; manter lixeiras tampadas e protegidas da chuva; trocar a água e lavar vasilhas para animais; lavar o suporte de água mineral sempre que houver a troca; colocar areia até a borda de vasos de plantas; lavar bandejas de ar-condicionado e coletores de água de geladeira; retirar a água de plantas que acumulam líquidos, como bromélias; manter vasos sanitários em desuso fechados; guardar baldes e vasos de plantas vazios com a boca para baixo; tampar ralos que não estão sendo usados; e finalmente, facilite o acesso do agente de controle de zoonoses que for visitar sua residência ou estabelecimento comercial.

Ações do Governo

O Governo do Paraná está completamente mobilizado no combate à doença. A campanha, reforçada desde dezembro de 2019, faz ações de envio de SMS para os paranaenses com informações de prevenção, orientações nas ruas em locais de grande circulação de pessoas e, ainda, organizou atividades envolvendo as escolas estaduais, com mutirões de limpeza e distribuição de panfletos.

Os mutirões também estão acontecendo em outros órgãos ligados ao Governo, em uma ação conjunta para unir todos os paranaenses contra a dengue.

(Foto: Comec/ Divulgação)

Boletim da dengue

No último boletim da dengue divulgado pela Secretaria da Saúde, a instituição confirmou mais 10 novos casos de dengue no Paraná. Com os dados apresentados hoje, sobe para 23 mortes, com 26.692 casos confirmados. O balanço é feito desde 28 de julho de 2019.

Ao todo, 78 municípios estão em situação de epidemia para a dengue no Paraná. Nas duas últimas semanas, a equipe técnica da Sesa percorreu, nas duas últimas semanas, as regiões de Londrina, Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Jacarezinho e Cianorte com capacitação para mais de 1.700 médicos e enfermeiros sobre o manejo clínico da dengue, atualizando principalmente as informações para o diagnóstico oportuno, monitoramento e tratamento.

Mais informações sobre as campanhas, controle da dengue e ações em todo o Paraná estão disponíveis clicando neste link.