Itaipu faz soltura recorde de peixes para pesquisa

De lucianpichetti | 22 de dezembro de 2020 | 17:16
Foto: Divulgação

Os profissionais da Divisão de Reservatório da Itaipu atingiram, na última sexta-feira (18), um marco na campanha de marcação e soltura de peixes. Em um só dia, foram soltos mil exemplares de peixes adultos da espécie pacu (Piaractus mesopotamicus) no corpo principal do reservatório da usina, no Rio Paraná. Foi a maior soltura de uma só vez desde que a binacional começou, em 1997, a pesquisa sobre o comportamento das espécies migratórias. O diretor de Coordenação da binacional, general Luiz Felipe Carbonell, participou da atividade.

“Este trabalho nos traz entendimento sobre a efetividade de nosso Canal da Piracema e também permite termos um conhecimento mais adequado de toda a ictiofauna que compõe nosso sistema”, explicou o diretor.

A soltura foi feita no corpo principal do reservatório, a dois quilômetros da Barragem de Itaipu e a seis quilômetros da margem, no Portinho do Refúgio Biológico Bela Vista, de onde saíram os barcos. Foram três embarcações para levar dois tanques, com 500 peixes adultos cada, além da equipe de profissionais da Itaipu.

Segundo o engenheiro de Pesca Mauricio Adames, da Divisão de Reservatório, é a primeira vez que a soltura é feita no corpo principal, tão longe da margem. “Um dos focos da pesquisa é marcar e soltar os peixes em locais distintos, como nas prainhas, no corpo principal ou, até mesmo, no Rio Paraná, a jusante da barragem, para avaliarmos o comportamento dos peixes soltos em cada local”, afirmou.

Em setembro de 2019, por exemplo, foram soltos pacus marcados no balneário de Itaipulândia. De lá pra cá, foram recapturados 17% de todas as marcas, o que mostrou um padrão da movimentação dos peixes que se concentraram em áreas próximas ao local da soltura. Agora, com a pesquisa feita no corpo principal do reservatório, será possível avaliar se esse padrão de dispersão da espécie se mantém ou se é um efeito da alta pressão de pesca no local.

Como funciona

O acompanhamento da movimentação dos peixes é possível graças a dois marcadores, um chip eletrônico e outra marca externa. Caso o animal passe pelo Canal da Piracema de Itaipu ou no sistema de transposição de peixes de Porto Primavera (410 km acima), as antenas irão captar a presença do chip eletrônico. Além disso, se o peixe for pescado em outro local, o pescador é orientado a devolver a marcação externa, apontando onde ele foi capturado. Com esses dados, é feito o monitoramento da circulação dos peixes.

Segundo o gerente da Divisão de Reservatório, Irineu Motter o objetivo é continuar a campanha de marcação e soltura durante o período da Piracema, que vai até 28 de fevereiro. Em 2020 foram soltos 1.706 exemplares de pacu em cinco campanhas nos meses de junho, outubro e dezembro. Desde 2016, já foram marcados e soltos 3.700 peixes nativos criados em cativeiro.

Colaboração Itaipu