Lava Jato deflagra 67ª fase da operação e investiga empresa ligada a Petrobrás

De Daniela Borsuk | 23 de outubro de 2019 | 12:05
(Foto: Google Street View)

Na manhã desta quarta-feira (23), a Polícia Federal deflagrou a 67ª fase da Operação Lava Jato, denominada Tango & Cash. O objetivo da ação, que contou com a cooperação do Ministério Público Federal, é apurar crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagens de capitais.

Cerca de 100 policiais federais foram mobilizados para cumprir 23 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

De acordo com a PF, uma das empresas investigadas integrava, desde o início, o cartel de nove empreiteiras batizado de “O Clube”. O cartel vencia e transferia as licitações para todas as grandes obras da Petrobrás. A partir de 2006, o Clube aceitou a entrada de outras companhias e chegou a ser composto por 16 grupos empresariais.

Para disfarçar o pagamento de propinas, a empresa investigada repassava valores via empresas offshore – abertas em países onde há menor tributação, os paraísos fiscais – a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobrás, com contratos fraudulentos de assessoria e consultoria. Um dos ex-diretores recebeu, entre 2008 e 2013, 9,4 milhões de dólares, recebendo parcelas de propina mesmo depois de ter deixado a empresa, em 2012.

Existe a suspeita de que propinas pagas em obras pela empresa envolvida nessa fase seria de 2% do valor de cada contrato, o que pode ter gerado o pagamento de R$ 60 milhões em propina.

O nome da operação remete aos valores de pagamento das propinas e ao fato de que a empresa envolvida na investigação pertence a um grupo ítalo-argentino.

Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor aproximado de R$ 1.700.000.000 (um bilhão e setecentos milhões de reais).

Colaboração Polícia Federal