Oximetria auxilia a diminuir riscos de morte de pessoas acima de 60 anos

De Barbara Schiontek | 1 de março de 2021 | 11:39
Foto: Renato Próspero/SMCS

Desde agosto de 2020, quando a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba começou o monitoramento por oximetria em grupos de risco, foi identificada redução nas mortes de pessoas acima de 60 anos diagnosticadas com covid-19.

De março a julho de 2020, dos 3.882 idosos acima de 60 anos diagnosticados com covid-19 na cidade, 659 morreram com a doença. De agosto a fevereiro, com o monitoramento por oximetria, foram 1.536 mortes de um total de 15.795 idosos infectados doença. Proporcionalmente, a queda foi de 43%.

Na mesma faixa etária, o internamento por covid-19 caiu 33% para leitos clínicos e 22% em UTIs, no período analisado.

A oximetria detecta a hipóxia silenciosa, que ocorre quando há queda de oxigênio no sangue sem que a pessoa sinta falta de ar. Na covid-19, a hipóxia silenciosa representa risco de evolução rápida da doença para um caso grave e irreversível.

O monitoramento feito pelas equipes da Secretaria da Saúde é uma parceria da Prefeitura de Curitiba com a Sociedade Brasileira de Infectologia e acontece em todas as regionais da cidade. De agosto até o dia 20 de fevereiro, foram monitorados quase 19 mil idosos.

“A oximetria em grupos de risco ajuda a encaminhar para um atendimento hospitalar antes de os pulmões serem gravemente comprometidos, podendo evitar a evolução da doença para um quadro grave, diminuindo os internamentos e, consequentemente, óbitos”, explicou a Secretária Municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

Monitoramento

Equipes das Unidades de Saúde de Curitiba visitam pessoas de grupo de risco, como idosos e alguns doentes crônicos com sintomas ou com covid-19 confirmada, para medir o nível de oxigênio no sangue e detectar se há ou não a presença da hipóxia silenciosa.

As visitas são feitas duas vezes ao dia, entre o quinto e o nono dia do início dos sintomas, que é o período em que a doença pode se agravar.

Sem perceber, Cleide Benedito dos Santos, moradora do bairro Tatuquara, estava em risco. Diabética e no oitavo dia dos sintomas da covid-19, ela procurou atendimento médico, que foi dado pela equipe da Unidade de Saúde Santa Rita durante uma visita de monitoramento da oximetria. Foi constatada a queda do índice de oxigênio no sangue da paciente.

Em casa, ela recebeu da equipe da unidade uma pulseira vermelha para chegar à UPA com a indicação de caso urgente de covid-19. Depois dos primeiros atendimentos, foi encaminhada para tratamento precoce com oxigênio e corticoides, num hospital com leito do SUS e ficou internada por menos de cinco dias.

Para o médico André Guilherme Marussig, da UPA Tatuquara, a oximetria é um sinal de alerta muito importante para as equipes médicas.

“Quando um paciente chega com saturação baixa, precisa passar por uma avaliação bem completa, e o trabalho de monitoramento que as equipes da oximetria fazem ajuda na agilidade e tem evitado que muitas pessoas agravem o quadro da covid-19”, disse.

Cleide não precisou de internamento em UTI.

Colaboração Prefeitura de Curitiba