Planta do cerrado é encontrada por pesquisadores no Noroeste do Paraná

De Barbara Schiontek | 15 de fevereiro de 2021 | 12:03
Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Pesquisadores do Museu Botânico Municipal, do Jardim Botânico de Curitiba, descobriram uma planta ancestral rara que pode comprovar a existência de cerrado na região Noroeste do Paraná. 

A expedição que resultou no achado dos Isoetes, uma planta ancestral do grupo das samambaias e xaxins, aconteceu em janeiro no município de Tuneiras do Oeste, no Noroste do Estado. Um exemplar da planta foi levado para conservação no Museu Botânico de Curitiba. 

Após análise do material trazido, o pesquisador Jovani Pereira, mestre pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com doutorado na Alemanha, confirmou a identificação. 

A descoberta se transformou em um artigo científico, de autoria de Pereira, do professor da UFPR Paulo Labiak e do engenheiro florestal e curador da coleção do Museu Botânico, Marcelo Brotto, na Revista Check List, especializada em dados sobre a biodiversidade.

“Essas populações marginais e disjuntas não são apenas um registro da dinâmica da vegetação e de oscilações climáticas, mas também representam a diversidade genética, o que é importante para a compreensão da evolução de espécies e traz informações indispensáveis para sua conservação”, diz o artigo, traduzido do inglês.

Experiência

De acordo com Brotto, a descoberta só foi possível pela experiência do seu colega Eraldo Barboza. 

“Outra pessoa pensaria se tratar apenas de mais uma gramínea. A comprovação veio quando ele retirou a planta e olhou a sua base, onde ficam as estruturas reprodutivas”, contou.

O Museu

Foi a coleção particular de 18 mil exsicatas: plantas secas, tratadas e fixadas em cartolina, identificadas e preservadas, do doutor Gerdt Hatschbach, que deu origem ao trabalho realizado pelo Museu Botânico Municipal.

O local é fonte de pesquisa científica e de divulgação da flora brasileira. Possui um Centro de Informação Botânica e um herbário com aproximadamente 400 mil exsicatas do Brasil e do exterior. O local não é aberto à visitação, apenas recebe pesquisadores, conforme agendamento.

Colaboração Prefeitura de Curitiba