São João do Triunfo recebe casas novas após quase 30 anos

De lucianpichetti | 6 de julho de 2020 | 15:08
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

As 30 casas do novo conjunto habitacional de São João do Triunfo ainda têm a cor cinza de reboco na parede e madeira exposta nos telhados, mas já estão visíveis em um espaço plano de 13,7 mil metros quadrados. Com investimento do Governo do Estado de R$ 2,54 milhões, as moradias encerram uma espera de quase 30 anos sem construções urbanas nesses moldes no município – as últimas foram entregues em agosto de 1994.

Os moradores chegarão em novembro para pontuar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no bairro Jardim Vitória, região central, ao lado da Câmara Municipal e de uma sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Os recursos do Governo do Estado integram o Programa Estadual de Habitação (Carteira Própria) da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). O terreno, comprado pela prefeitura, foi doado para a administração estadual executar o projeto.

As obras no conjunto habitacional atingiram 30% no começo de julho. Ele será entregue com pavimentação asfáltica, meio-fio, calçada, galerias de águas pluviais, sinalização horizontal e vertical, e estrutura completa de saneamento e iluminação. Os critérios de moradia levam em conta a renda e as possibilidades de transformação social para famílias que moram em áreas de risco ou têm perfis específicos elencados em leis estaduais e federais.

“A região Centro-Sul do Estado cresce em ritmo muito intenso e ainda tem gargalos urbanísticos e habitacionais, precisa de investimentos. Buscamos nesses novos projetos aliar moradias planejadas e novas possibilidades para famílias de baixa renda que buscam moradias mais dignas”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “São João do Triunfo há muito tempo não era assistida com incentivo do Estado nessa área”.

O diretor-presidente da Cohapar, Jorge Lange, destaca que o novo conjunto habitacional tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e diminuir o deficit de moradias do Estado, ainda em torno de 400 mil casas urbanas. O projeto está incluído no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS 11) da Agenda 2030, liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê acesso a habitação segura e digna.

“Essa linha com recursos próprios da Cohapar e de financiamento é destinada a famílias com condições muito específicas, pretende que elas deem novos saltos nas suas vidas. Uma nova casa traz segurança, confiança e conforto”, afirma Lange. “E elas vão receber essas unidades dentro dos nossos melhores padrões, inclusive paisagísticos. Trabalhamos em parceria com as prefeituras para melhorar a vida e o dia a dia das cidades”.

Casas

As casas terão laje de concreto, dois quartos, banheiro, cozinha e sala de estar. Serão entregues com piso, portas, janelas, chuveiro, vaso sanitário, tanque e todos os acabamentos essenciais. A maioria tem 38 metros quadrados e algumas possuem 47,66 metros quadrados, destinadas especialmente para pessoas com deficiência. Nesse segundo caso os banheiros são maiores e há barras de aço para cadeirantes se apoiarem.

O custo médio dessas unidades é de R$ 80 mil e, nesse programa, a modalidade de financiamento prevê parcelamento em até 360 meses. A seleção das famílias será feita pela Cohapar e pela prefeitura quando o ritmo de obras ultrapassar 50%. De acordo com o último levantamento, 295 famílias de São João Triunfo estão cadastradas no sistema estadual de moradias populares.

As casas do município estão dentro do programa habitacional estadual moldado para ajudar as prefeituras a vencer os seus deficits de moradia e assistência social. O plano diretor da cidade prevê investimentos de pelo menos R$ 5 milhões até 2027 nessa área, com apoio do Governo do Estado e do governo federal.

Segundo o prefeito Abimael do Valle, o último empreendimento urbano nesses moldes, em parceria com a Cohapar, foi erguido há 26 anos. Além desse hiato, São João do Triunfo tem como complicador as cheias do Rio da Vargem (um dos afluentes do Rio Iguaçu) e as casas dos moradores lindeiros afetadas pelas águas durante os dias de chuva torrencial.

“O município deixou de investir em moradias e precisávamos dessa retomada. Já fazia décadas. Esse tempo contribuiu para aumentar a nossa demanda habitacional, hoje na casa de 300 famílias. Temos moradores em áreas de risco e vamos equacionar essa questão nos próximos anos”, destaca Valle.

Localização

O conjunto habitacional está localizado em uma região central e ao lado de uma área de mata praticamente intocada, num ponto alto da cidade. “Essas casas ficam ao lado de outras que também contaram com apoio da prefeitura. Compramos o terreno e os próprios moradores as construíram. É um bairro da região central, para onde a cidade, que ainda tem 75% da população em área rural, planeja uma nova estruturação”, acrescenta o prefeito.

As moradias estão separadas em três grandes áreas com cinco ruas nos arredores. Uma delas conecta a Rua Padre Estevão Hubert, na parte da frente do conjunto, com a Francisco Neves Filho, uma das principais ligações com a área comercial do município.

A primeira área concentra 15 unidades em uma espécie de U, com frentes para três ruas e áreas amplas nos fundos para instalação de varais e móveis de repouso. A segunda tem o mesmo formato, mas com 10 unidades. Essas duas estão conectadas por duas ruas e um trevo paisagístico no meio para diminuir a velocidade dos carros.

A última área, paralela às duas primeiras, tem cinco casas, todas voltadas para a Rua Padre Estevão Hubert. Esse modelo leva em consideração uma grande reserva de mata no final do acesso principal e a manutenção de área verde no condomínio. As ruas dessa região também têm acesso facilitado com a renovada Avenida das Araucárias, ligação com a PR-151, saída do município.

Colaboração AEN