Sergio Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça

De | 24 de abril de 2020 | 12:07
(Foto: Divulgação)

O ex-juiz Sergio Moro, que atuou na Operação Lava-Jato, também é ex-ministro da Justiça. O anúncio de sua saída do cargo foi feito durante um pronunciamento oficial na manhã desta sexta-feira (24), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Moro começou o discurso lembrando dos feitos que conseguiu frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, reduzindo os números de violência no país. Em seguida, fez questão de lembrar da sua biografia, em que “sempre defendeu o estado democrático de direito” e o trabalho conforme a lei.

Antes de anunciar sua demissão, Moro criticou a decisão do presidente Jair Bolsonaro em demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O ex-ministro também lembrou de outros divergências com o presidente e disse que a demissão do diretor-geral da PF, sem justificativas claras, mostrou como o presidente não o queria mais no cargo.

“Eu não tinha como aceitar essa substituição. Há uma questão da minha biografia em que eu respeito o estado de direito. Eu vivenciei isso na Lava Jato, seria um tiro se tivesse uma substituição naquela situação. Tenho que preservar o meu compromisso que eu assumi inicialmente que seríamos firmes no combate à corrupção e o pressuposto necessário é que precisamos garantir a autonomia da PF contra a interferências políticas.”, explicou.

Além desses motivos, Moro também falou que a decisão de Bolsonaro feriu os pilares que tinham sido acertados entre ele o Presidente da República, em novembro de 2018. Depois de um ano e quatro meses em exercício, o jurista afirmou ter pedido a carta branca na indicação de superintendentes de segurança e denunciou a interferência política dentro da Polícia Federal.

Moro revelou ainda que, antes de procurar um novo emprego, pretende descansar.

Colaboração Mateus Bossoni