Sistema de vigilância do Paraná é destaque no Brasil

De Scheila Pessoa | 3 de março de 2020 | 12:55
(Foto: Josué Damacena/IOC Fiocruz)

O Ministério da Saúde reconheceu o sistema de vigilância do Paraná para síndromes gripais e síndromes respiratórias agudas graves como exemplo no país. A afirmação foi do secretário de Vigilância em Saúde do MS, Wanderson Kleber de Oliveira, que destacou o trabalho realizado pela Secretaria da Saúde do Paraná durante recente coletiva de imprensa sobre o coronavírus.

“O Paraná tem uma rede muito organizada e capilarizada de monitoramento e vigilância da Influenza. Outras regiões no País têm bons sistemas, mas o do Paraná é considerado hoje o melhor do Brasil”, disse ele.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, este trabalho considerado modelo aconteceu com apoio do Ministério da Saúde e pactuação em Comissão Intergestores Bipartite (CIB), diante da participação dos municípios, nas definições de ações e metas de monitoramento e de análise laboratorial em todas as regiões do estado.

“As unidades sentinelas observam e atestam a magnitude e a tendência da circulação viral indicando o caminho para as ações de Saúde Pública”, informou. A rede do Paraná funciona com 51 unidades sentinelas que atuam no registro, identificação e confirmação de casos suspeitos durante todo o ano.

Funcionamento

As unidades sentinelas para casos de síndrome gripal, geralmente, funcionam junto às Unidades de Pronto Atendimento e cada uma colhe até 5 amostras semanais de pacientes que buscam atendimento com sintomas leves da doença. Já as unidades de vigilância de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), monitoram os pacientes hospitalizados, internados em UTIS e coletam amostras de todos os casos internados por SRAG.

Nas duas formas de vigilância, as amostras de secreção respiratória coletadas são enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise e posterior mapeamento da circulação viral no Paraná pela equipe de Vigilância Epidemiológica. Os resultados são encaminhados para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP/Ministério da Saúde) para compor o panorama do país.

Importância

A avaliação contribui, ainda, na indicação da composição da vacina anual contra a gripe. No ano passado, por exemplo, foram analisadas pelo Lacen Paraná cerca de 15 mil amostras coletadas em todas as unidades sentinelas do estado, confirmando que os vírus Influenza que mais circularam o estado são o Influenza A H1N1, seguidos dos casos de infecção por Influenza B.

Coronavírus

Nesse momento, a realização do diagnóstico laboratorial para detecção do novo coronavírus está sendo feita somente nos Laboratórios de Referência Nacional indicados pelo Ministério da Saúde.

O Lacen Paraná analisa as amostras coletadas no Estado e aponta os resultados para as infecções relacionadas à Influenza e seus subtipos e linhagens, além de outros 13 vírus respiratórios, incluindo 4 da família do novo coronavírus. Os casos descartados para estes vírus são enviados para avaliação no Laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro para análise específica sobre o coronavírus. Nos próximos dias, o Lacen receberá treinamento e insumos para assumir localmente a pesquisa do Novo Coronavírus.

Colaboração AEN