Telemedicina começa com atendimentos psicológicos durante pandemia

De Marcelle Nogueira | 5 de maio de 2020 | 18:14
Imagem: AEN PR

A plataforma, já conhecida, estava disponível para atender pacientes com suspeitas de Covid-19 e agora ganhou uma nova funcionalidade, passando também a oferecer atendimento psicológico à população. Essa novidade é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado do Paraná e o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP).

Agora, contam com 30 profissionais qualificados para o acolhimento, além de outros 150 que estão sendo capacitados para prestar o atendimento online voluntariamente. O serviço é gratuito e liberado para o Paraná inteiro, por meio do aplicativo Telemedicina Paraná, já disponível para sistemas Android e iOS.

Além do atendimento à população, o projeto é disponibilizado também para profissionais da saúde e da segurança pública que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus.

“Toda a situação que envolve a pandemia da Covid-19, com o isolamento social e a possibilidade de perdas financeiras e dos entes queridos, acaba atingindo a saúde mental da população”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Imagem: AEN PR

COMO FUNCIONA – Pelo aplicativo de Telemedicina, o usuário passa por uma triagem feita por inteligência artificial. Caso haja a identificação de sintomas relacionados à Covid-19, ele é direcionado para uma conversa com estudantes dos últimos períodos dos cursos de enfermagem e medicina, bolsistas do programa. Eles tiram dúvidas e, dependendo do quadro apresentado, encaminham a pessoa para uma consulta online com médicos voluntários.

Um novo protocolo foi incluído no teleatendimento para oferecer o encaminhamento a um psicólogo. O bolsista pergunta ao paciente se há interesse na consulta ou pode também identificar, durante essa interação, se há a necessidade de atendimento nessa área. Após algumas perguntas para identificar a sintomatologia, o paciente é então encaminhado para a conversa com o profissional.  

“O paciente é atendido em uma modalidade chamada de serviço emergencial, em que é feito um acolhimento, uma escuta ativa, para ouvir suas angústias e investigar o que vem em sua mente, para então prestar orientações sobre como lidar com a situação pela qual ele passa”, explica a psicóloga e professora Jeanine Rolim, uma das idealizadoras do projeto, ao lado da também psicóloga Carolina Simeão.

CONSULTA – A consulta leva de 30 e 50 minutos, e todo o procedimento segue as diretrizes do CRP e do Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFP). “Esse protocolo ajuda o paciente a acolher o seu sentimento e a acalmar a si mesmo”, diz Jeanine. “É coerente que as pessoas sintam medo nessa situação, faz sentido se sentir aflito, pois é uma gama de preocupações que sem dúvida altera os sentimentos. Há muito medo de contrair a doença, de deixar uma pessoa querida desassistida e mesmo de perder seus meios de sobrevivência, além da desesperança com o futuro incerto”, afirma.

Colaboração: AEN PR