Copel Telecom é vendida por R$ 2,39 bilhões

De lucianpichetti | 9 de novembro de 2020 | 18:36
Foto: AEN

A venda da subsidiária de telecomunicações da Copel arrecadou R$ 2,39 bilhões. O Fundo Bordeaux, representado pela corretora Planner, venceu o leilão de privatização, realizado nesta segunda-feira (9) na sede da B3, em São Paulo. Com quatro investidores disputando o certame, a empresa foi vendida com ágio de 70,94%, superando em quase R$ 1 bilhão o preço mínimo estipulado, que era de R$ 1,4 bilhão por 100% das ações.

Na abertura dos envelopes, duas empresas ofereceram valor superior a R$ 2 bilhões, iniciando o leilão com ágio de mais de 50%. Na disputa por viva voz entre a Bordeaux e a Algar Soluções, a diferença do valor arrematado com o mínimo previsto superou os 70%. O recurso arrecadado retornará ao caixa da Copel e vai ampliar os investimentos da estatal na distribuição, transmissão e geração sustentável de energia.

Desestatização

A Copel Telecom possui 100% de sua tecnologia em fibra ótica e é líder deste mercado no Paraná. A subsidiária está presente nos 399 municípios do Estado com 36 mil quilômetros de cabos que levam internet de alta velocidade a 170 mil clientes.

Com a desestatização, a empresa ganha o benefício de concorrer com regras de mercado, o que significa mais agilidade e possibilidade de ofertar novos serviços para o cliente. Os contratos atuais da subsidiária serão respeitados, incluindo todos os firmados com o Governo do Estado, que foram contratados em concorrência pública.

De acordo com o diretor-geral da subsidiária, Wendell Oliveira, o processo de venda deve ser finalizado até meados do ano que vem, depois de ser analisado por instituições como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ele também ressaltou que os funcionários da Telecom serão incorporados por outras empresas do grupo Copel.

Este processo está sendo feito com muita responsabilidade e transparência, por se tratar de um ativo importante, da primeira privatização depois de tanto tempo, além de ser a última grande empresa de telecomunicação a ser privatizada”, explicou Oliveira.

“Há ainda um caminho longo até processo de desembarque, que passa pela homologação de órgãos como a Cade e a Anatel até chegar à assinatura definitiva do contrato, a transferência das ações e o recebimento do valor de venda”, disse.

Energia

Com o desinvestimento no setor de telecomunicações, a Copel passará a concentrar seus esforços nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, suas principais atividades. Com esse posicionamento estratégico, a companhia está se desfazendo de negócios fora do setor elétrico.

Em agosto, a estatal já tinha se desfeito de sua participação na Sercomtel, empresa de telecomunicações que opera em Londrina, no Norte do Estado, que também foi arrematada pelo Fundo Bordeaux. O próximo passo deve ser o desinvestimento na Compagás, empresa na qual a Copel detém 51% dos ativos. A distribuidora de gás canalizado conta com cerca de 47 mil clientes e 833 quilômetros de rede.

A ideia, explica o presidente da companhia, Daniel Slaviero, é focar em projetos que garantam a segurança e a eficiência energética aos seus 4,7 milhões de clientes em sua área de concessão. Para isso, a companhia tem feito, desde o início de 2019, os maiores investimentos da história em redes de distribuição de energia, na casa de R$ 1 bilhão anual.

Da redação com assessoria