Em Curitiba, violação de medida protetiva dobra em ano de pandemia

De Barbara Schiontek | 24 de março de 2021 | 10:34
Foto: Prefeitura de Curitiba

Os casos de agressores que violam o cumprimento de medidas protetivas e voltam a se aproximar das vítimas de violência dobraram em 2020, em comparação a 2019. No ano passado, a Guarda Municipal (GM) atendeu 1.260 ocorrências de violação de medidas protetivas. Em 2019, foram 655.

Em 2021, já são 284 casos: 117 em janeiro, 112 em fevereiro e 55 na primeira quinzena de março. Desde o início do ano, o número de agressores que não cumpriram a ordem e foram conduzidos à delegacia por guardas municipais já alcança o total de 108. No mesmo período, a Patrulha Maria da Penha (PMP) fez 2.850 visitas para as mulheres vítimas de violência.

De janeiro a dezembro de 2020, foram 393 encaminhamentos de agressores à delegacia e 5.627 visitas dos guardas da Patrulha. Os dados foram apresentados pelo secretário de Defesa Social e Trânsito, Péricles de Matos na terça-feira (23), em webinário promovido pela Assessoria de Direitos Humanos – Políticas para as Mulheres e o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres. 

“A pandemia provocada pela covid-19 expõe problemas crônicos da nossa sociedade, de uma cultura social arraigada. Precisamos ser agentes transformadores dessa cultura”, defendeu ele.

O secretário destacou ainda necessidade de um mundo equilibrado com justiça social, respeito e trato igualitário. “O respeito à mulher, o engajamento, a mudança da forma de pensar, a mudança de paradigmas que nós herdamos daqueles que vieram antes de nós são necessários para observar e modificar um mundo futuro.”

Integração com RMC

Outro tema tratado no webinário foi o atendimento à mulheres vítimas de violência residentes de cidades vizinhas. Para isso, o secretário ressaltou a proposta de integração metropolitana para ações de segurança pública e Defesa Civil.

“Não entendemos Curitiba de forma isolada. A dinâmica e a mobilidade social das famílias para trabalho e estudo faz com que sejamos um todo e que precisemos pensar numa concepção holística para as soluções”, disse Matos.

A criação deste serviço deve acontecer por meio do Consórcio Intermunicipal das Guardas Municipais (Coin).

Colaboração Prefeitura de Curitiba