FAS abre abrigos emergenciais para proteger população de rua

De Daniela Borsuk | 24 de março de 2020 | 13:09
(Foto: Ricardo Marajó/ FAS)

A Prefeitura de Curitiba vai abrir dois abrigos emergenciais para acolher pessoas em situação de rua com suspeita de covid-19. Com eles, serão três espaços (120 vagas) exclusivos para atendê-las.

Os dois novos espaços oferecerão 60 vagas e devem começar a funcionar nesta quarta-feira (25). Uma das unidades será instalada no Campina do Siqueira, com 40 vagas para homens com suspeita de ter contraído coronavírus e que precisam ficar isolados. A outra funcionará no Capão da Imbuia, com 20 vagas para mulheres.

O primeiro espaço foi aberto nesta segunda-feira (23), no Guabirotuba, com 60 vagas para pessoas que fazem parte do grupo de risco da população de rua – idosos, pessoas com doenças crônicas, etc.

Todos os serviços são coordenados pela Fundação de Ação Social (FAS). O presidente da FAS, Thiago Ferro, explica que a população de rua é, neste momento, o grupo prioritário da assistência social no município.

“Estamos trabalhando diariamente em projetos que ajudem a proteger essas pessoas que estão mais vulneráveis em função da condição de rua”, explica.

Cuidados nos abrigos

A FAS estabeleceu também um protocolo de atendimento à população em situação de rua para reduzir os riscos de contaminação pelo coronavírus. Entre as medidas estão ações para evitar a aglomeração de pessoas dentro das unidades, aumento da higiene, fornecimento de agasalhos limpos e roupas de camas individualizadas.

Nos Centros de Referência Especializados para População de Rua (Centros Pop), na Central de Encaminhamento Social 24 Horas, na Unidade de Resgate e Cidadania (URC) e na Casa da Acolhida e do Regresso (CAR) o atendimento é feito gradativamente. Os usuários estão sendo organizados em filas nas áreas externas para acessar os serviços.

Funcionários da FAS aproveitam para orientar sobre a distância segura entre as pessoas (um metro e meio) e da importância dos cuidados de higiene pessoal e dos ambientes que usam, como banheiros.

Roupas limpas e individualizadas

Nas abordagens, os usuários que aceitam atendimento recebam álcool em gel para higienização antes de entrarem nas Kombis do resgate social. Também foi limitado o número de pessoas transportadas por viagem. Os veículos que têm capacidade para até seis, levam agora no máximo dois usuários.

Nas unidades que fornecem alimentação e banho, as pessoas precisam deixar os pertences em guarda-volumes, para só depois serem encaminhados para higiene e receber a refeição. Quem se recusa a tomar banho recebe o alimento na área externa e fica impedido de permanecer dentro da unidade.

Todas as pessoas que procuram os espaços para tomar banho recebem roupas limpas e as peças usadas são ensacadas e descartadas.

Distância entre as camas

Nos acolhimentos, as camas e beliches foram dispostos a uma distância mínima de um metro. A recomendação é que o ambiente fique sempre arejado.

Para evitar contaminação, nas casas de passagem – que oferecem abrigo durante a noite -, as roupas de cama passaram a ser individualizadas e os cobertores guardados em sacos plásticos com identificação dos usuários. O mesmo vale para as pessoas que estão nos acolhimentos institucionais, onde a permanência é mais longa.

Visitas

Visitas de familiares nas unidades de acolhimento institucional são avaliadas caso a caso pelas equipes técnicas, assim como as visitas dos usuários a familiares.

Ainda para prevenir a propagação do coronavírus e proteger as pessoas, foram suspensas todas as atividades desenvolvidas nos acolhimentos por voluntários, entre elas atividades culturais e de beleza.

Todas as pessoas em situação de rua estão sendo orientadas para não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos, garrafas, canudos, cigarros ou batons.

Colaboração Prefeitura de Curitiba