Projeto observa hortas comunitárias e segurança alimentar

De Barbara Schiontek | 9 de março de 2021 | 10:51
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A produção de alimentos em hortas comunitárias de forma segura, do ponto de vista sanitário, é uma das preocupações dos professores e estudantes envolvidos no Projeto de Extensão Hortaliças Seguras: Do Campo à Mesa. Há dois anos, os participantes da ação conversam com horticultores, atuantes em hortas comunitárias em Londrina e produtores de todo o Norte do Paraná, sobre segurança alimentar e controle de zoonoses, doenças que podem infectar as plantações de hortaliças.

A coordenadora do projeto e professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Fernanda Pinto Ferreira, explica que a ideia do projeto, que iniciou como uma pesquisa, surgiu devido aos altos índices de zoonoses encontrados em hortaliças de consumo cru em hortas na cidade.

“Observamos que havia grande percentual de parasitas, como giárdia e toxoplasma, em hortaliças. Como não se pode colocá-las em alta temperatura para eliminá-los, optamos por começar um projeto de conscientização com os horticultores”, ressaltou Fernanda.

Ela conta que a iniciativa surgiu quando ainda estava em residência, junto do professor do Departamento de Medicina Veterinária Italmar Teodorico Navarro. “Ele é o meu mentor, foi ele quem deu andamento no início”.

O projeto seguiu até 2019 como pesquisa, depois se transformou em uma atividade de extensão. Desde então, Fernanda e mais 17 envolvidos iniciaram uma série de visitas nas 15 hortas comunitárias espalhadas por Londrina. O objetivo era orientar os horticultores para produzirem alimentos de forma segura e higiênica, processo que implica em uma série de alterações no modo de produzir, acondicionar e consumir os produtos.

O grupo pretende fazer palestras em escolas para que as crianças e jovens saibam a importância da higienização na hora de consumir alimentos.

Ciclo

Conforme a coordenadora do projeto, os cuidados com as hortaliças devem começar logo no início do processo. Primeiro, a água utilizada deve ser tratada. “Boa parte da água utilizada nas hortas comunitárias em Londrina é tratada, então não temos muito problema com isso aqui. Mas é importante reforçar”, diz.

Nesse sentido, uma orientação importante é em relação aos tanques de enxague. Para resistirem mais tempo, as hortaliças colhidas passam por um banho em um tanque de enxague. Essa água também deve ser tratada e, além disso, substituída com frequência para que novas doenças não contaminem as hortaliças.

Para manter uma horta livre de zoonoses, Fernanda também ressalta que é necessário deixar animais, mesmo domésticos, longe da produção.

Atividades

Desde o início das medidas de isolamento social, as atividades da iniciativa acontecem de maneira online. Os pesquisadores reuniram os horticultores em um grupo de WhatsApp e, desde então, conversam com eles por esse canal.

Colaboração AEN