Startup de Curitiba cria "armadilha inteligente" para combater a dengue

De Scheila Pessoa | 5 de março de 2020 | 12:59
(Foto: Lucilia Guimarães/SMCS)

Ainda não existe uma vacina contra a dengue e com isso o número de casos da doença aumenta em todo o país. Pensando nisso, muitas empresas correm contra o tempo para desenvolver tecnologias de combate ao temido Aedes aegypti. Em Curitiba, a startup Tecnogenese começa a testar, este mês, o A.Vex, uma espécie de “armadilha inteligente” que promete atrair e eliminar o mosquito que também causa doenças como chikungunya e zika.

Incubada desde o ano passado na Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), a Tecnogenese foi criada, em 2016, pelo técnico em eletrônica e mecatrônica industrial Fausto Gomes, que começou a projetar o A.Vex durante o seu mestrado em Engenharia Biomédica na própria instituição de ensino superior. “O grande diferencial da nossa tecnologia é que ela não será agressiva como os inseticidas, que contaminam o meio ambiente e podem causar resistência no mosquito”, argumentou Gomes.

Protótipo

Equipado com recipiente que recebe um produto químico que simula os feromônios do suor humano, o  A.Vex já tem um protótipo que foi projetado para atrair o mosquito fêmea, tornando as pessoas próximas ao dispositivo menos “atraentes” para o Aedes aegypti.

“Nos testes, queremos confirmar que, através do estímulo dos biorreceptores do mosquito, as fêmeas, fertilizadas ou não, serão atraídas para dentro do equipamento e, ao passar por um túnel, serão eliminadas ao receber descargas elétricas de uma bobina de 40 mil volts com 10 microamperes”, explicou o fundador da Tecnogenese.

Inicialmente, a startup curitibana vai testar o equipamento próprio para ambientes internos (residencial), mas a Tecnogenese já trabalha na criação de outro modelo, para ser instalado em locais abertos e que viria equipado com paineis de energia solar, que garantiriam custo zero de energia. As duas versões teriam, inclusive, um controle por aplicativo de celular, que também informaria o número de mosquitos mortos.

A estimativa é terminar os testes do A.Vex em três meses, o que permitiria cadastrar o equipamento junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre deste ano e começar a produção comercial até o fim de 2020.

(Foto: Lucilia Guimarães/SMCS)

 Business Round

No mês passado, Gomes apresentou a Tecnogenese no Business Round, evento do Vale do Pinhão que une happy hour e rodada de negócios. “Foi uma experiência muito importante, pois recebi o apoio de outros empreendedores e fiz vários networkings, inclusive, com investidores”, lembrou ele.

A presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Cris Alessi, espera que a startup curitibana consiga rapidamente recursos para colocar o mais rápido possível o equipamento no mercado. “Este é o tipo de inovação que o Vale do Pinhão apoia, pois realmente irá beneficiar a população. Além disso, é uma empresa com a missão do município de apoiar os empregos do futuro”, acrescentou.

Colaboração Prefeitura de Curitiba