Quando nos comunicamos emitimos algumas informações que vão além das palavras. Chamamos isto de recursos não verbais da comunicação. E eles têm uma força incrível! As pesquisas nos indicam que muito maior é o impacto destes recursos na comunicação quando comparados ao conteúdo de fato.
Se isto te impressiona, vamos a alguns exemplos. Você diz estar tudo bem, mas quem te escuta diz, “não acredito, me fala o que aconteceu”. Você diz não estar brabo, mas quem te escuta diz, “então porque você está falando assim”! Você diz que adorou o presente, mas quem te escuta percebe que errou na escolha.
No ambiente corporativo os exemplos também são muitos. Uma frase “pode falar que estou te escutando” enquanto continua a mexer no celular. Ou um levantar de sobrancelhas que inibe qualquer apresentação de projeto, um olhar fulminante que interrompe o processo de criação de ideias, um meio sorriso que demonstra pouco caso… Ou seja, muitas expressões corporais acompanhadas de frases que dizem exatamente ao contrário, ou mesmo que sem palavras comunicam o que não deveria ser dito.
Estes recursos não verbais muitas vezes são involuntários e aí está o motivo da nossa tendência em acreditar muito mais nestas pistas do que no conteúdo do que está sendo dito. Sabemos, de alguma forma, que são mais fiéis do que as palavras.
Então, vamos aprimorar a comunicação? Experimente olhar-se no espelho e falar para você mesmo o que você dirá na próxima reunião. Grave sua fala. Depois veja e escute. Seus gestos confirmaram seu discurso? A direção do seu olhar era favorável ou você olhava como quem falava de cima para baixo? O som da sua voz parecia de fato um pedido de sugestões ou era mesmo um tom impositivo? Se você fosse seu liderado sentiria confiança em sua liderança?
Se suas respostas indicam que seus recursos não verbais estão em desacordo com suas palavras, procure alinhá-los. Pode ser que você precise de ajuda profissional para isso, mas tudo parte de uma boa observação, uma boa dose de aceitação e desejo sincero de mudança.